Atualidade
A 23rd Annual John Goldman Conference on Myeloid Leukemia: Biology andTherapy, que decorreu de 7 a 10 de outubro de 2021, em formato online, abordou diversificados temas sobre LMC desde a biologia, diagnóstico e terapêutica.
“Tratamento com inibidores da BTK: a evolução na prática clínica” foi o título do simpósio da AstraZeneca, integrado no programa do dia 11 de novembro da Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH) 2021, que este ano decorreu num formato híbrido. Esta sessão, moderada pelo Dr. José Pedro Carda, contou com a intervenção do Prof. Doutor Francesc Bosch, diretor do Departamento de Hematologia do Hospital Universitário Vall d’Hebron, em Barcelona, a quem coube apresentar as novas evidências no tratamento de primeira linha ou em contexto de recaída/refratariedade da leucemia linfocítica crónica (LLC). O preletor é também investigador e inscreve no seu currículo uma lista de publicações sobre terapêutica da LLC, inclusive com inibidores da tirosina cinase de Bruton (iBTK) de nova geração.
As mutações genéticas numa proteína, a IL-7R, são suficientes para desencadear um tipo de leucemia. É isto que mostra um estudo em ratos publicado na revista Nature Communications dirigido por cientistas do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (IMM), em Lisboa, e do Centro Infantil Boldrini, no Brasil. Como as mesmas alterações nessa proteína já foram observadas em casos de leucemia em humanos, sugere-se que podem ter também aí um papel no início da doença.
Está a decorrer o processo de submissão de propostas a um programa de bolsas promovido pela Pfizer, estando prevista a atribuição de duas bolsas no valor de 400 mil dólares. As submissões consideradas para financiamento deverão ter como foco a hemofilia.
A Kite, uma empresa Gilead, anunciou dados de seguimento a cinco anos do estudo ZUMA-1 de axicabtagene ciloleucel em doentes adultos com linfoma de grandes células B (LGCB) refractário. Os resultados foram divulgados na 63.ª Reunião e Exposição Anual da American Society of Hematology (ASH).
As células estaminais do tecido do cordão umbilical estão a ser investigadas como forma de tratamento inovadora para impedir a degeneração, ou até mesmo para promover a regeneração, do nervo ótico em contexto de glaucoma. O estudo, recentemente publicado na revista Stem Cells International, reportou resultados favoráveis desta estratégia inovadora no tratamento de glaucoma em modelo animal, podendo tornar-se numa mais-valia para estes doentes no futuro.
A 63.ª Reunião Anual da ASH, que se realizou de 11 a 14 de dezembro, teve cobertura especial da News Farma, que traz até si os destaques das mais recentes atualizações na área da Hematologia, divulgadas e discutidas no evento. Consulte a plataforma.
Há cerca de um mês a Assembleia da República publicou a resolução nº 269/2021, que recomenda ao Governo “que institua o Dia Nacional da Anemia e que crie uma estratégia nacional para a prevenção e tratamento da doença”. Uma notícia que o Anemia Working Group Portugal (AWGP) há muito esperava, sobretudo tendo em conta a prevalência de anemia e ferropénia na população portuguesa.
“Em Portugal, estima-se que tenhamos cerca de 600-700 novos casos de linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) por ano, verificando-se um aumento da incidência com a idade e um equilíbrio entre o género feminino e masculino”, informou a Prof.ª Doutora Maria Gomes da Silva, remetendo para um estudo do Registo Oncológico do Sul de 2013. Segundo os dados deste estudo, cerca de metade dos doentes portugueses da região sul com LDGCB pertenciam a grupos de risco intermédio-alto ou alto. Em 1.ª linha, 81% dos doentes foram tratados com R-CHOP.
“O LDGCB representa uma entidade heterogénea, o que afeta vários aspetos da doença”, introduziu o Prof. Doutor Georg Lenz, referindo-se à heterogeneidade em termos de morfologia, manifestação clínica e resposta ao tratamento. Em 1.ª linha, o tratamento standard do linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) consiste na associação R-CHOP, que combina o anti-CD20 rituximab com quimioterapia à base de ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisolona (Coiffier et al., NEJM 2002). “Com este esquema terapêutico, podemos curar cerca de 60 a 65% dos nossos doentes”, afirmou o especialista.